Presume-se que a origem de Santa Comba Dão remonte ao tempo 
anterior à Reconquista Cristã, surgindo como primeiros documentos duas cartas de 
doação, datadas, respectivamente, de 974 e 975. A primeira tem como doador Oveco 
Garcia e a segunda Nunio Gonçalves, fazendo ambos uma vasta doação ao Mosteiro 
de Lorvão. Em 1102 esta instituição religiosa outorga uma carta de foro aos 
moradores de Santa Comba e Treixedo, procurando atrair moradores, uma vez que 
esta zona fora bastante devastada durante a reconquista. Vivia-se então um clima 
de instabilidade política administrativa, facto que deve ter estado na base da 
transferência das terras de Santa Comba , do Mosteiro de Lorvão para o Bispado 
de Coimbra. Situação que se manteve pelo menos até 1472, já que é deste ano um 
documento onde D. Galvão, Bispo de Coimbra, se intitula Conde de Santa Comba 
Dão.
 
Resultante da reforma Manuelina dos forais, mas não no sentido de autonomia dos 
municípios, aos 12 de Setembro de 1514, D. Manuel concede a Santa Comba Dão a 
sua carta de foral. Da mesma época são também os forais de São João de Areias, 
Pinheiro de Ázere, Óvoa e Couto do Mosteiro.
Em 1836 foram extintos os concelhos de Óvoa, Couto do Mosteiro e Pinheiro e 
integrados como freguesias no concelho de Santa Comba Dão.
Em 04 de Junho de 1837, Nagosela até então pertencente ao concelho de Tondela 
foi integrada na freguesia de Treixedo.
Em 1895, foi extinto o concelho de São João de Areias e incorporado como 
freguesia no concelho de santa Comba Dão.
Já nos nossos dias através da Lei n.º 40/84, de 31 de Dezembro, Nagosela 
desmembra-se da freguesia em que havia sido integrada em 1837 e dá lugar à 
criação de uma nova freguesia, mantendo a designação de “Freguesia de Nagosela”.
 
Outros Contributos Históricos
A origem de Santa Comba Dão perde-se no tempo. Diz-se que uma Abadessa 
Beneditina, de sua graça, Columba teria sido martirizada, numa das incursões 
árabes sobre a Península Ibérica. Estava-se no ano de 982 da Era Cristã e o 
tempo era de guerra entre Mouros e Cristãos.
 
Columba ficou Santa e o tempo tornou-a Santa Comba. As águas do Dão fizeram o 
resto.
Mas a história de Santa Comba Dão começou muitos séculos antes. Há vestígios na 
toponímia que nos levam a supor que desde o Paleolítico estas terras seriam 
habitadas. Anta, um pequeno lugar, na margem esquerda do Dão, teima em 
revelar-nos essa probabilidade. São depois vestígios dispersos de que vários 
autores nos dão notícia, ou a leitura atenta dos Documentos Medievais 
Portugueses que nos confirmam a existência de um chamado "Castro de Comba". Mas 
há vestígios de ocupação Romana dispersos por vários locais: em Patarinho, Óvoa, 
onde provavelmente existia uma "Villae" Romana, no Passal das Igrejas de Couto 
de Mosteiro ou de Treixedo onde um olhar atento nos devolve da terra restos de 
cerâmica Romanos.
E naturalmente que vias do Império cruzariam estas terras. Há mesmo quem defenda 
que Vila de Barba tenha sido um povoado fortificado pelos Visigodos, que teriam 
ocupado o castro aqui existente e a este lugar teriam chamado Borga. Mas certas 
são as notícias que temos do Século X: em 974 sabemos que Oveco Garseani faz 
doação do que possuía na villa de Sancta Columba ao Mosteiro do Lorvão; em 981 é 
o Conde de Coimbra, Gonçalo Moniz e sua mulher Mamodona que doa ao Mosteiro do 
Lorvão villas diversas onde é apontada a "Villa de Treixedo com o seu monasterio" 
e é na doação de 985 que é referido o "monasterio Sancti Georgi". É pois 
correcto afirmar que por estes anos do Século X, Santa Comba era bastante 
povoada e os seus pequenos Mosteiros marcariam a paisagem.
Nos conturbados anos da Reconquista e, pelas cartas de povoamento atribuídas 
quer pelo Mosteiro do Lorvão, quer pelo Bispo de Coimbra aos habitantes de Santa 
Comba e Treixedo, sabemos que toda esta região foi fortemente devastada. Correm 
os anos e também os desentendimentos entre o Mosteiro do Lorvão e o "tenente da 
terra" de Besteiros, ali ao lado, a propósito da posse de Santa Comba. Mas é 
certo que o Prior do Lorvão diz ter povoado, reedificado e restaurado o castro 
de Santa Comba "com o consenso dos mandantes pátrios". Era o Conde D. Henrique, 
Senhor de Portugal.
Entre a Sé de Coimbra e o Lorvão passam depois as desinteligências sobre os bens 
que aqui, uns e outros possuíam. D. Afonso Henriques confirma as doações de seus 
pais e atribui cartas de confirmação de couto a Santa Comba, S. João de Areias e 
Treixedo.